Edifício Basalto

O projeto se inicia a partir das limitações naturais de um terreno residencial estreito, tão comum na cidade de São Paulo. Uma vez compreendido o contexto do lote em relação a questões de insolação, ventilação e também ao quarteirão no qual o edifício está implantado, conseguiu-se dar início ao processo de projeto da unidade. 

Parte-se de uma unidade mínima, mas funcional e confortável, com janelas de piso a teto que dão amplitude ao apartamento.  Porém, visando o controle solar e a privacidade dos moradores, as janelas adentram o apartamento, fazendo com que do nível da rua não sejam vistas. Na planta, a principal consequência desta movimentação são os nichos que se criam, que acomodam rack, armário e mesa. Uma vez compartimentados, esses móveis podem ser facilmente feitos com um punhado de chapas de madeira e algumas mãos francesas, o que consequentemente traz praticidade e economia para o morador.

Por fora, o conjunto das unidades cria um volume de linhas simples, monolítico, que à primeira vista aparenta ser um edifício a ser finalizado, ausente de janelas em sua maior face, porém que se desvela ao adentrar o lote. 

Guiado pela geometria do prédio, o paisagismo conduz o morador. O desenho de piso que intercala tons de azul se destaca do edifício. Canteiros se alternam pelos cheios e vazios do volume edificado, como se as massas de vegetação se desprendessem do prédio. Conjuntos de helicônias e marantáceas acompanham os caminhos, adequadas ao contexto de meia sombra e recebimento das águas pluviais.

Por fim, o projeto tem na solidez sua maior força: um conjunto de apartamentos que possuem uma metragem quadrada mínima, mas generosa. Econômica, tanto para se construir quanto para se viver. Um edifício feito para acolher seus moradores e para ser acolhido pela cidade.